Entrando o outono, diminui a temperatura, as chuvas ficam mais esparsas e em menor volume estamos no período de transição das águas para o período seco. O pasto começa a amarelecer, o capim inicia o florescimento a qualidade nutricional da pastagem decai.
Com a diminuição da
qualidade nutricional do pasto surge a necessidade de suplementação na
alimentação, tanto volumoso quanto concentrado.
Quem se planejou e trabalhou
bem durante o período das águas provavelmente terá volumoso de qualidade para
este período de seca que estamos para entrar, já quem contou com a sorte, não
se planejou e não produziu alimento volume para se consumido no inverno
provavelmente ira passa necessidade e suas vacas.
A partir de hoje discutiremos
o uso de diversas técnicas para alimentar vacas leiteiras durante o período
seco
PRINCIPAIS ALIMENTOS VOLUMOSOS
UTILIZADOS DURANTE O INVERNO NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL:
1. Capim
de Corte.
2. Silagem
de milho.
3. Cana
com uréia.
4. Feno.
5. Cevada
(polpa de cervejaria)
6. Aveia
preta irrigada.
PRINCIPAIS ALIMENTOS CONCENTRADOS
UTILIZADOS PARA ANIMAIS LEITEIROS NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL.
7. Fubá
integral.
8. Farelo
de soja.
9. Farelo
de algodão 38%
10. Farelo
de algodão 28%
11. Polpa
de citrus.
12. Farelo
de trigo.
13. Uréia.
14. Sal
proteinado.
1. Capim de corte - O
capim elefante comum (Pennisetum purpureum, Schum) é de origem africana. Foi uma
das primeiras gramíneas a ser introduzido no Brasil na década de 20.
O principal atributo desta forrageira é sua
alta produção de forragem quando submetida a cortes frequentes, adubada e
irrigada. Apresenta ótima resposta à adubação (NPK).
Pode ser utilizado para:
1.1 Corte dado fresco aos animais,
1.2 Ensilar
1.3 Pastejo em sistema de piquetes
rotacionados.
1.1 Uso
capineira -
Nas regiões sul,
centro sul fluminense e zona da mata mineral, o capim elefante é muito
utilizado na alimentação de vacas leiteiras fornecido no cocho, após picado. Praticamente
todas as propriedades leiteiras destas regiões têm uma área de capim elefante.
As vantagens
apontadas para este sistema são: o maior aproveitamento da forragem produzida,
diminuição de perdas no campo, diminuição da área destinada a alimentação do
gado, gramínea de alta produção por ha.
A desvantagem é a
perda rápida do valor nutritivo com a idade, custo com mão de obra para o corte,
difícil de manejar e manter a qualidade durante todo o ano, na hora que o
produtor mais precisa (durante a seca), ele esta com baixo valor nutritivo.
Mesmo estando
presente em quase todas as propriedades as capineiras são sempre, mal
manejadas.
0 seu manejo, visando
ao máximo rendimento por área, deve levar em consideração a adoção de alturas
de corte corretas, além de adubações químicas e orgânicas de estabelecimento e
cobertura.
A altura recomendada recomenda
para corte da capineira para uso no cocho é quando o capim apresentar entre
1,50 e 1,80 m, visando obter quantidade e qualidade da forragem.
Recomenda se cortes
rentes ao solo quando: a planta atingir 1,80 m, ou a cada 60 dias, no verão, ou
quando atingir 1,50m, no inverno. Após cada corte deve se aplicar adubação
nitrogenada e anualmente avaliar a fertilidade do solo e proceder a correção e
adubação da área conforme recomendado a partir da analise.
Esta adubação nitrogenada
a cada corte é interessante para que a capineira fique com diferentes alturas e
sempre seja cortada próxima da altura ideal. Caso deixe para se aplicar a
adubação nitrogenada toda de uma só vez o capim cresce de forma homogênea e
parte dele passara da altura ideal de corte.
1.2
Ensilagem de napier –
Como quase todas as
propriedades da região possuem capineiras mal manejadas, pode se utilizar esta
para ensilar durante o período de verão para alimentar animais durante a seca.
O capim Napier, como
a maioria das gramíneas , em nossa região tem um crescimento muito forte no
período das águas, (setembro a abril), e
se corretamente adubado, fornece um corte a cada sessenta dias aproximadamente.
O capim elefante é
uma das forrageiras tropicais que produzam maior rendimento de biomassa por
unidade de área, e a maioria dessa, produção ocorre na época chuvosa. No
entanto, a conservação de forragem de capim elefante sob a forma de silagem,
embora constitua uma alternativa razoável, ainda é prática muito pouco
empregada na alimentação animal.
Alguns técnicos
gostam de falar mal da silagem de Capim, alegando que ela é pior que a silagem
de milho, não que ela seja melhor ou pior, porém quando se tem em uma
propriedade uma capineira mal manejada se perdendo é interessante utilizar o
material da capineira e ensilar. Evita-se o corte diário de capim, O produtor
terá mais alimento para passar o período seco. Serve para vacas de produção até
20 kg de produção de leite por dia, novilhas garrota e bezerras.
O teor de matéria
seca do capim-elefante parece ser um fator limitante a sua utilização como
forrageira para ensilagem. É-preciso saber que altos conteúdos de água, no
momento da ensilagem, são indicadores de baixa qualidade do material ensilado,
como altos valores de pH e elevadas concentrações de ácido butírico e: amônia,
entre: outros.
A silagem de capim elefante
apresenta baixo conteúdo de nitrogênio e baixa digestibilidade, resultando em
baixo. desempenho dos animais, quando alimentados exclusivamente com esse volumoso
(Vilela et al., 1983), necessitando suplementação energético proteica para .melhor performance animal (Cruz &
Vilela, 1986).
Alguns técnicos indicam
que a pré murcha é eficiente na elevação do teor de matéria seca de forrageiras
a serem ensiladas. Outros afirmaram que essa prática normalmente dificulta o
corte, independente das condições climáticas, e aumenta as perdas de nutrientes
no campo. Em minha prática observei que com a pré murcha a qualidade da silagem
é melhor, (mais homogênea sem áreas de mofo e com bom odor).
Como eu faço:
Corto o capim por dois
dias seguidos e a partir do segundo dia divido a turma parte do grupo inicia a
picagem e a ensilagem e outra parte da turma continua cortando o capim.
Aditivos
Vilela et aI; (1984)
testaram a aplicação de diferentes aditivos por ocasião da ensilagem.de
capim-elefante. verificaram que os teores médios de MS, PB e fibra das silagem foram
semelhantes e quê o consumos de MO, e as digestibilidade da: MO e da PB não apresentaram
diferenças significativas entre os tratamentos. Sugerem que cuidados na ensilagem; como boa compactação e vedação
do silo, podem ser mais importantes dá que o uso de aditivos.
Bolland et aI. (1980)
estudaram o efeito da suplementação energética e energético proteica de vacas em
lactação durante a época seca, em três tratamentos:
a) vacas, em
pastagens de capim gordura + silagem de capim elefante + 0,5% de uréia, à
vontade, correspondendo ao tratamento testemunha;
b) testemunha + 5,2
kg/vaca/dia de um suplemento energético;
c) testemunha + 5,2 kg/vaca/dia de um suplemento
energético proteico. Observaram que os tratamentos, com suplementação permitiram
maior produção de leite que o tratamento testemunha e que a suplementação
energético proteica permitiu aumentar a produção de leite em cerca de 56%.
Como eu utilizo na minha propriedade:
Vacas até 22 kg de leite - 30 kg a 50 kg de
silagem + pasto rotacionado de Brachiaria decumbens + suplementação proteica energética
conforme produção de leite + suplemento mineral a vontade.
Novilha e garrotas – 10 kg de silagem + pasto de Brachiaria a vontade e 1 kg de concentrado proteico energético +suplemento mineral a vontade.
1.3 Pastoreio de Napier –
No início da década
de 80, a Embrapa Gado de Leite iniciou os trabalhos com capim-elefante sob
pastejo, visando à intensificação da produção animal.
O capim elefante para
ser utilizado em pastoreio e não
morrer, deve se adotar o sistema de pastejo rotacionado com um dia de uso pelas vacas e
de trinta seis a quarenta quatro dias de descanso, a cada corte deve-se aplicar
adubação nitrogenada para estimular o crescimento de folhas e uma vez por ano proceder
a correção e adubação completa conforme recomendação feita a partir de análise
do solo.
Como eu utilizo: o pastejo rotacionado pode ser utilizado de setembro a abril, nos meses de inverno em nossa região mesmo irrigado ele desenvolve pouco, devido ao frio, havendo necessidade de suplementação de volumoso. O capim napier é de difícil manejo quando utilizado em pastejo, pois, sua altura de entrada é de 1m e a saída com 0,60m, além disto, ele não é muito resistente a cigarrinha das pastagens.
Eu uma vez semeie
capim mombaça no Napier tentando substituir um pelo o outro, passei a fazer um descanso 28 dias entre os
pastejos e coloquei a altura de saída de 0,30m. Fiz tudo achando que o napier
iria ser dominado pelo mombaça, o que aconteceu? O napier e o mombaça Passaram
a conviver e nenhum dominou o outro a pastagem ficou mais rica e as vacas mais
bem nutridas.
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