domingo, 7 de maio de 2017

ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS NO PERÍODO SECO parte 3


Postado por Salvador Maciel

Continuando com a série de postagens sobre alimentação de vacas na seca nesta falaremos sobre a cana, focando nela fresca com uréia, exitem outras formas , porém deixarei para outras datas. 

3. Cana com uréia.
Muito utilizada em nossa região.

Os antigos não gostavam de utilizar cana pura na alimentação dos, eles não estavam errados, as variedades de canas antigas tinham  muita fibra que levava a baixa digestibilidade e baixos teores de açúcares, além de baixa produtividade por ha. Estes problemas tornavam o uso de cana inviável como alimento exclusivo.

Ela era utilizada durante o período seco misturada ao capim Napier para aumentar a umidade e o sabor.

Com o desenvolvimento da cadeia produtiva do etanol, a partir da década de 1970, as variedades de cana foram melhoradas para produção de álcool, o efeito deste melhoramento beneficiou a pecuária, pois diminui o teor de fibra, aumentou a taxa de açúcar e aumentou a produtividade de cana por Ha.

O melhoramento nas variedades existentes, somado ao uso da uréia para corrigir o teor de proteína, aumento da digestibilidade levando ao aumento da ingestão da mistura e aumento da produção de toneladas por há, viabilizou o uso desta técnica na alimentação de vacas e novilhas leiteiras durante a seca.

A valorização da terra e o aumento dos custos de produção obrigam cada vez mais os pecuaristas a trabalharem com aumento de produtividade  na diminuição de custos.

A utilização da cana mais uréia apresenta vantagens, pois a produção da cana é alta e possui baixo custo operacional, sendo uma tecnologia que pode ser adotada por grandes e pequenos produtores.

Em canaviais bem conduzidos, a massa de forragem disponível varia entre 85 e 100 toneladas de massa verde/ha e a cana possui elevado teor de carboidratos não estruturais que são fontes de energia prontamente disponível, contudo, possui baixo teor de proteína e minerais.

O baixo teor de proteína é corrigido com a adição de uma fonte de nitrogênio não protéico (NÑP), como a uréia.

Já a composição mineral deve ser corrigida com o fornecimento de sal mineral de boa qualidade, com teores adequados dos elementos. O fornecimento do sal mineral é de extrema importância quando se utiliza esta dieta, pois como dito anteriormente a cana é pobre em minerais essenciais. Principalmente durante o período seco do ano, onde o capim amarelece, flore e perde seu valor nutritivo, principalmente o teor de proteína.
Desta forma a uréia pode ajudar bastante ao produtor de leite pois é uma fonte barata de nitrogênio é uma fonte de NNP, nitrogênio não protéico.

Os ruminantes, através de microrganismos presentes no rúmen, são capazes de transformar tanto o nitrogênio derivado da proteína verdadeira, quanto o proveniente de alguns compostos nitrogenados não protéicos, como a uréia, o sulfato de amônio, em proteína de alto valor nutritivo.

Como escolher a variedade de cana para minha fazenda

É muito importante saber escolher a variedade da cana que vou plantar em minha propriedade, pois, ela é uma planta semi perene e a renovação do canavial ocorre em média a cada cinco anos, então alguns pontos devo levar em consideração.

·       Alta produção por ha;
·       Alto teor de sacarose;
·       Baixo teor de fibra;
·       Adaptada as condições edafoclimaticas da região;
·       Resistência ao tombamento;
·       Resistência a pragas e doenças;
·       Atingir a maturidade e maior teor de açúcar na época do corte.
·       Despalha fácil.
·       Boa capacidade de rebrota.
·       Alta digestibilidade da fração fibrosa.

A forma fácil de fazer isto é, conversar com técnicos e produtores da região, para saber quais as variedades que estão sendo plantadas.

Lembre-se: utilizar variedades já utilizadas em sua região além de estar utilizando uma tecnologia já adaptada você diminuirá o custo do transporte, eu hoje em dia é caríssimo.  

Dicas para o plantio e uso de um canavial


A época de plantio é de setembro a março, já plantei muito no início das águas, porém vejo hoje vejo dois problemas nesta prática: tem de ser feitas pelo menos duas capinas, além disto, do plantio ao corte se passam somente dez meses. Tenho preferência hoje para proceder o plantio no final das águas, vejo duas vantagens de plantar nesta época: são necessárias menos capinas e entre o plantio e o corte decorrem dezoito meses.


  • Alguns produtores plantam crotalária no início da águas e após o corte da crotalária plantam cana em cima da palha da leguminosa.
  • Escolha uma área seca, sem encharcamento.
  • Local de colheita com fácil acesso.
  • Área de plantio seja preferencialmente mecanizável.
  • Fazer análise de solo.
  • Fazer correção do solo e adubação conforme recomendação técnica baseada na análise do solo.
  • Ideal proceder a calagem noventa dias antes do plantio, no mínimo 30 dias.
  • Nunca misturar calcário com os adubos;
  • Adubação fosfatada deverá ser toda colocada no plantio, o canavial não responde a adução com fósforo em cobertura, ou seja, outra adubação fosfatada somente na renovação do canavial.
Adubação com potássio e uréia, devem ser feita em cobertura. 1ª trinta dias após plantio e 2ª sessenta dias após plantio. Procede capina e depois coloca adubo de cobertura. 

Normalmente não é necessária a terceira capina, pois depois da segunda capina a cana já estará fechando as linhas e abafara as invasoras.

Quando for plantar utilize mudas recém cortadas para ter um maior vigor de germinação.

Muito importante é evitar muitos movimentos com as mudas para não quebrar as gemas de germinação.

Caso as mudas não sejam plantadas imediatamente, deve se colocá-las em local sombreado.

As covas devem ser fundas em torno de 40cm de profundidade, pois, a profundidade de plantio influencia  o tempo de renovação do canavial.

Coloca-se adubo fosfatado no fundo da cova, depois entram as mudas, pé com ponta.

Depois de colocada a muda passe o pé e jogue um pouco de terra sobre a muda, não entupir  a cova toda de terra.

Antes da entrada da seca, onde a cana será cortada, pode-se pesar o canavial. Com um quadrado vazado de 1mx1m, jogar aleatoriamente, onde ele cair cortar toda a cana que estiver dentro do quadrado, pesar. Repetir este lançamento algumas vezes. Faça a média aritmética dos diversos lançamentos. Multiplique pela área do canavial e terá a quantidade de cana disponível para oferecer para os animais.

Exemplo: na pesagem do canavial deram 100.000kg de cana. As cada vaca consumir 30 kg por dia e eu tenho 30 vacas = 900kg de consumo de cana por dia. 100000/900 = aproximadamente 110dias de alimento para minha vacas.

Após corte é interessante proceder adubação de cobertura na base de 500kg de 20:00:20 de NPK/ha .
Como utilizar a cana fresca
A cana pode ser utilizada o ano inteiro, porém, é mais comum se utilizar durante o período seco.

  • Diferente do capim Napier a cana não necessita ser cortada todo dia.
  • Na literatura fala-se em corte até em cada dez dias, na prática pode-se cortar duas vezes por semana, economiza na mão de obra e tem um produto de qualidade para se dado para as vacas.
  • Sempre que cortada a cana deve ser armazenada a sombra.
  • A cana deve ser servida sem palha, de preferência despalhar no campo para evitar transporte de material que a vaca não vai digerir.
  • As lâminas devem estar bem afiadas para as partículas não ficarem mascadas. As partículas devem ser cortadas com 0,5 a 1cm isto deve ser feita uma boa regulagem da máquina.
  • Como a cana tem pouca proteína, ao ser servida as vacas ser corrigida a proteína uréia na proporção de 1%.
Na primeira semana deve ser feita adaptação das vacas ao consumo de uréia, então a proporção será de 0,5% de uréia.


Respeitando esta proporção não haverá intoxicação dos animais.

Em resumo para cada 100 kg d cana 1kg de uréia
200 - 2kg de uréia.
300 – 3kg de uréia.
400 – 4 kg de uréia.
500 – 5 kg de uréia

Como forneço para meus animais – depois da ordenha da manhã dez kg de cana com as vacas encaixilhadas com ração concentrada, depois da ordenha da tarde no canzil só dou ração concentrada e dou cana no campo a vontade.

Como calcular a área a ser plantada.

1º ano
Tenho 30 vacas para alimentar no inverno, o período seco na minha região é de no máximo 120 dias. Vou fornecer 30 kg por animal.
30 X 120 X 30 = 108000kg.
No primeiro ano posso contar com 110000/há de produção para um canavial bem plantado, então um há de cana bastará para alimentar meu rebanho

2º ano
Tenho 30 vacas  para alimentar na no inverno, o período seco na minha região é de no máximo 120 dias. Vou fornecer 50 kg por animal.
30 X 120 X 50 = 180.000kg.
A cana plantada no 1º ano quando entra no segundo corte a produção cai para 100.000 kg, então terei de plantar mais 1ha para fornecer 50 kg de cana por dia durante o período seco.

3º ano
Continuo com 30 vacas ,120 dias de período seco e 50kg por animal por dia.
30 x 120 x 50 = 180.000 de cana para passar o período seco.
A cana do primeiro ano – 80.000 kg
A cana do segundo ano – 100.00 kg. Dando um total de 180.000 kg.

4º ano
Continuo com 30 vacas ,120 dias de período seco e 50kg por animal por dia.
30 x 120 x 50 = 180.000 de cana para passar o período seco.
A cana do primeiro ano –  70.000 kg
A cana do segundo ano – 90.00 kg. Dando um total de 160.000 kg.
Falta 30.000kg para passar o inverno.
Tenho duas opções renovar o primeiro talhão ou plantar 1/2ha.
Plantando 1/há terei :70.000kg primeiro talhão + 90.000 segundo talhão +50.000 do terceiro talhão. 210.000 kg para passar a seca.

5º ano
No quinto ano inicia a renovação do primeiro talhão, e assim por diante.
Em suma para alimentar 30 vacas comendo necessito de 2,5 há de cana.
Por que não plantar toda a cana de uma só vez? Pois a cana tem a maior produção no primeiro ano e vai decrescendo a produção até ser renovada no quinto ano, e se plantarmos parceladamente sempre teremos uma média de 100.000 kg por há.
Outro motivo é que a tonelada de muda de cana tem preço caro, além do transporte que tem valor alto e as mudas sofrem muito no transporte. 
  



terça-feira, 25 de abril de 2017

ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS NO PERÍODO SECO parte 2

Postada por Salvador Maciel

2.  Silagem de milho
Alimento maravilhoso

O milho é uma planta recomendada para ser ensilado, pois possui boas características agronômicas e fermentativas. Sua produção por área é relativamente elevada e sua composição bromatológica é excelente para se fazer uma boa silagem, são eles: matéria seca entre 30% a 35%, teor de carboidratos solúveis mínimo de 3% na matéria natural e baixo poder tampão (NUSSIO et. al., 2001). Apresenta boa aceitação pelas vacas leiteiras.

Em nossa região o milho é plantado de setembro a março, com o objetivo de alimentar os animais durante a seca.
Setembro a dezembro é chamada de safra e de janeiro a março safrinha, sendo eu o milho safrinha normalmente aproveita a fertilidade deixada pelo milho safra.

Como mostrado por MOREIRA et al., (2001), a silagem de milho quando fornecida como a única fonte de volumoso ou associada a outras fontes volumosos aumenta a digestibilidade.

As dietas contendo silagem apresentaram o maior consumo de matéria seca,  reflexo da maior digestibilidade. Com o aumento do consumo, houve também o aumento da produção, uma vez que há uma correlação positiva entre o consumo de nutrientes e a produção de leite (NOLLER et al., 1997).

A silagem pode ser utilizada como a única fonte de volumoso dado para as vacas, porém quando se da mais de uma fonte de volumoso normalmente a alimentação fica melhor diminuindo o custo com ração concentrada.

A silagem de milho na zona da Mata de Minas pode ser plantada, porém tem produtores que vendem o milho picado pronto para ensilar e a silagem já ensilada

Para comprar o milho picado pronto para ensilar esta custando de R$150,00 a 200,00 a tonelada sem contar o frete. Quanto mais entrar o inverno maior fica este preço.

O milho ensilado também é comercializado, porém eu esse modelo apresenta alguns problemas. Este produto é um milho que já foi ensilado e esta pronto para se consumido, então você compra e reensila em sua propriedade. Não tem a mesma qualidade do milho picado pronto para ensilar e custa o mesmo preço. Agora produtores que não produziram silagem e não compraram silagem na hora certa, acabam tendo que comprar este produto quando a seca aperta e o pasto acaba.

Produzir silagem na propriedade tem suas vantagens e seus problemas:

Vantagens:
1.  Preço final muito abaixo da silagem comprada pronta. No ano de 2016 na região da Serra do Funil a fazenda Água Clara produziu silagem a R$ 110,00 a tonelada.
2.  Qualidade do material a ser ensilado muito melhor que o material comprado.
3.  O calcário e o adubo lançados no terreno ficam na terra e fertilizam a propriedade.
4.  Não tem custo de frete

Riscos:
1.  Em caso de seca ou praga pode-se perder a produção.
2.  O investimento inicial é alto.
3.  A responsabilidade pela mão de obra trator adubo semente capina é toda sua.

Onde se pode economizar e onde ficar atento:
1.  Horas de trator, quando trator é alugado temos de tomar cuidado para não pagar horas não trabalhadas e horas rodadas sem necessidade.
2.  Mão de obra de apoio na hora da colheita e ensilagem evitar excesso de mão de obra, pois atrapalha o sérico e em vez de ajudar acaba atrapalhando e saindo muito caro.
3.  Trabalhar com dois tratores um para colher picar e derramar a silagem no silo e outro para compactar o material a ser ensilado.
4.  Capinar rapidamente para a brachiaria não ganhar força e prejudicar a cultura do milho.
5.  Colher no ponto certo nem antes nem depois.
6.  Regular bem a máquina ensiladeira para cortar as partícula do milho entre 1 e 2 cm, pois isto melhora a digestão da partícula ou seja aumenta a digestibilidade.

Como calcular a necessidade de silagem irei precisar para passar o período seco?
1.  Definir a quantidade que irei fornecer para cada animal por dia, entre 10 kg e 50kg.
2.  Determinar quantos animais irá alimentar.
3.  Determinar quantos dias de seca se espera passar.

Ex:
30 kg/vaca /dia
20 vacas
120 dia de seca.
20 vacas x 30kg /vaca dia = 600kg /dia
600 kg x 120 dias = 72000kg no período
1ha de milho fornece 40000kg de silagem.
Precisa-se de 72000 kg pra passar a seca, será necessário plantar aproximadamente 2ha de milho.

Como eu utilizo na minha criação?
1.    Dou silagem de milho para as vacas de maior produção acima de 15kg.
2.    Vacas de produção acima de 15kg/leite/dia 30 kg de silagem de milho + pasto rotacionado + ração concentrada + mineral a vontade
3.    Vacas com pouca produção novilhas e garrotas uso silagem de capim.
4.    Vacas com produção abaixo de 15/kg de leite/dia 30 kg de silagem de capim napier + pasto rotacionado + ração concentrada conforme produção +mineral a vontade.
5.    \novilhas e garrotas a pasto – silagem de capim napier 10kg + pasto com macega + sal proteinado + mineral.

QUALQUER DÚVIDA, CRITICA OU SUGESTÃO FAÇA CONTATO
  

domingo, 23 de abril de 2017

ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS NO PERÍODO SECO parte 1

publicada por: Salvador Maciel


Entrando o outono, diminui a temperatura, as chuvas ficam mais esparsas e em menor volume estamos no período de transição das águas para o período seco. O pasto começa a amarelecer, o capim inicia o florescimento a qualidade nutricional da pastagem decai.
Com a diminuição da qualidade nutricional do pasto surge a necessidade de suplementação na alimentação, tanto volumoso quanto concentrado.
Quem se planejou e trabalhou bem durante o período das águas provavelmente terá volumoso de qualidade para este período de seca que estamos para entrar, já quem contou com a sorte, não se planejou e não produziu alimento volume para se consumido no inverno provavelmente ira passa necessidade e suas vacas.
A partir de hoje discutiremos o uso de diversas técnicas para alimentar vacas leiteiras durante o período seco

PRINCIPAIS ALIMENTOS VOLUMOSOS UTILIZADOS DURANTE O INVERNO NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL:
1.  Capim de Corte.
2.  Silagem de milho.
3.  Cana com uréia.
4.  Feno.
5.  Cevada (polpa de cervejaria)
6.    Aveia preta irrigada.

PRINCIPAIS ALIMENTOS CONCENTRADOS UTILIZADOS PARA ANIMAIS LEITEIROS NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL.
7.    Fubá integral.
8.    Farelo de soja.
9.    Farelo de algodão 38%
10. Farelo de algodão 28%
11. Polpa de citrus.
12. Farelo de trigo.
13. Uréia.
14. Sal proteinado.

1.    Capim de corte - O capim elefante comum (Pennisetum purpureum, Schum) é de origem africana. Foi uma das primeiras gramíneas a ser introduzido no Brasil na década de 20.
O principal atributo desta forrageira é sua alta produção de forragem quando submetida a cortes frequentes, adubada e irrigada. Apresenta ótima resposta à adubação (NPK).
Pode ser utilizado para:
1.1 Corte dado fresco aos animais,
1.2 Ensilar
1.3 Pastejo em sistema de piquetes rotacionados.

1.1 Uso capineira -
Nas regiões sul, centro sul fluminense e zona da mata mineral, o capim elefante é muito utilizado na alimentação de vacas leiteiras fornecido no cocho, após picado. Praticamente todas as propriedades leiteiras destas regiões têm uma área de capim elefante.
As vantagens apontadas para este sistema são: o maior aproveitamento da forragem produzida, diminuição de perdas no campo, diminuição da área destinada a alimentação do gado, gramínea de alta produção por ha.
A desvantagem é a perda rápida do valor nutritivo com a idade, custo com mão de obra para o corte, difícil de manejar e manter a qualidade durante todo o ano, na hora que o produtor mais precisa (durante a seca), ele esta com baixo valor nutritivo.
Mesmo estando presente em quase todas as propriedades as capineiras são sempre, mal manejadas.
0 seu manejo, visando ao máximo rendimento por área, deve levar em consideração a adoção de alturas de corte corretas, além de adubações químicas e orgânicas de estabelecimento e cobertura.
A altura recomendada recomenda para corte da capineira para uso no cocho é quando o capim apresentar entre 1,50 e 1,80 m, visando obter quantidade e qualidade da forragem.
Recomenda se cortes rentes ao solo quando: a planta atingir 1,80 m, ou a cada 60 dias, no verão, ou quando atingir 1,50m, no inverno. Após cada corte deve se aplicar adubação nitrogenada e anualmente avaliar a fertilidade do solo e proceder a correção e adubação da área conforme recomendado a partir da analise.
Esta adubação nitrogenada a cada corte é interessante para que a capineira fique com diferentes alturas e sempre seja cortada próxima da altura ideal. Caso deixe para se aplicar a adubação nitrogenada toda de uma só vez o capim cresce de forma homogênea e parte dele passara da altura ideal de corte.

1.2         Ensilagem de napier –
Como quase todas as propriedades da região possuem capineiras mal manejadas, pode se utilizar esta para ensilar durante o período de verão para alimentar animais durante a seca.
O capim Napier, como a maioria das gramíneas , em nossa região tem um crescimento muito forte no período das águas, (setembro a abril),  e se corretamente adubado, fornece um corte a cada sessenta dias aproximadamente.
O capim elefante é uma das forrageiras tropicais que produzam maior rendimento de biomassa por unidade de área, e a maioria dessa, produção ocorre na época chuvosa. No entanto, a conservação de forragem de capim elefante sob a forma de silagem, embora constitua uma alternativa razoável, ainda é prática muito pouco empregada na alimentação animal.
Alguns técnicos gostam de falar mal da silagem de Capim, alegando que ela é pior que a silagem de milho, não que ela seja melhor ou pior, porém quando se tem em uma propriedade uma capineira mal manejada se perdendo é interessante utilizar o material da capineira e ensilar. Evita-se o corte diário de capim, O produtor terá mais alimento para passar o período seco. Serve para vacas de produção até 20 kg de produção de leite por dia, novilhas garrota e bezerras.
O teor de matéria seca do capim-elefante parece ser um fator limitante a sua utilização como forrageira para ensilagem. É-preciso saber que altos conteúdos de água, no momento da ensilagem, são indicadores de baixa qualidade do material ensilado, como altos valores de pH e elevadas concentrações de ácido butírico e: amônia, entre: outros.
A silagem de capim elefante apresenta baixo conteúdo de nitrogênio e baixa digestibilidade, resultando em baixo. desempenho dos animais, quando alimentados exclusivamente com esse volumoso (Vilela et al., 1983), necessitando suplementação energético proteica  para .melhor performance animal (Cruz & Vilela, 1986).
Alguns técnicos indicam que a pré murcha é eficiente na elevação do teor de matéria seca de forrageiras a serem ensiladas. Outros afirmaram que essa prática normalmente dificulta o corte, independente das condições climáticas, e aumenta as perdas de nutrientes no campo. Em minha prática observei que com a pré murcha a qualidade da silagem é melhor, (mais homogênea sem áreas de mofo e com bom odor).

Como eu faço:
Corto o capim por dois dias seguidos e a partir do segundo dia divido a turma parte do grupo inicia a picagem e a ensilagem e outra parte da turma continua cortando o capim.

Aditivos
Vilela et aI; (1984) testaram a aplicação de diferentes aditivos por ocasião da ensilagem.de capim-elefante. verificaram que os teores médios de MS, PB e fibra das silagem foram semelhantes e quê o consumos de MO, e as digestibilidade da: MO e da PB não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos. Sugerem que cuidados  na ensilagem; como boa compactação e vedação do silo, podem ser mais importantes dá que o uso de aditivos.
Bolland et aI. (1980) estudaram o efeito da suplementação energética e energético proteica de vacas em lactação durante a época seca, em três tratamentos:
a) vacas, em pastagens de capim gordura + silagem de capim elefante + 0,5% de uréia, à vontade, correspondendo ao tratamento testemunha;
b) testemunha + 5,2 kg/vaca/dia de um suplemento energético;
c) testemunha + 5,2 kg/vaca/dia de um suplemento energético proteico. Observaram que os tratamentos, com suplementação permitiram maior produção de leite que o tratamento testemunha e que a suplementação energético proteica permitiu aumentar a produção de leite em cerca de 56%.

Como eu utilizo na minha propriedade:
Vacas até 22 kg de leite - 30 kg a 50 kg de silagem + pasto rotacionado de Brachiaria decumbens + suplementação proteica energética conforme produção de leite + suplemento mineral a vontade.

Novilha e garrotas – 10 kg de silagem + pasto de Brachiaria a vontade e 1 kg de concentrado proteico energético +suplemento mineral a vontade.

1.3  Pastoreio de Napier –
No início da década de 80, a Embrapa Gado de Leite iniciou os trabalhos com capim-elefante sob pastejo, visando à intensificação da produção animal.
O capim elefante para ser utilizado em pastoreio e não morrer, deve se adotar o sistema de pastejo rotacionado com um dia de uso pelas vacas e de trinta seis a quarenta quatro dias de descanso, a cada corte deve-se aplicar adubação nitrogenada para estimular o crescimento de folhas e uma vez por ano proceder a correção e adubação completa conforme recomendação feita a partir de análise do solo.

Como eu utilizo: o pastejo rotacionado pode ser utilizado de setembro a abril, nos meses de inverno em nossa região mesmo irrigado ele desenvolve pouco, devido ao frio, havendo necessidade de suplementação de volumoso. O capim napier é de difícil manejo quando utilizado em pastejo, pois, sua altura de entrada é de 1m e a saída com 0,60m, além disto, ele não é muito resistente a cigarrinha das pastagens.
Eu uma vez semeie capim mombaça no Napier tentando substituir um pelo o outro,  passei a fazer um descanso 28 dias entre os pastejos e coloquei a altura de saída de 0,30m. Fiz tudo achando que o napier iria ser dominado pelo mombaça, o que aconteceu? O napier e o mombaça Passaram a conviver e nenhum dominou o outro a pastagem ficou mais rica e as vacas mais bem nutridas.